terça-feira, 7 de outubro de 2014

Piscinas


É comum, em reuniões de condomínio, discutir-se o plano de melhorias e investimentos, onde a ideia de instalação de uma piscina é cogitada. Muitas vezes, após aprovação em assembleia, escolhe-se o local e é contratada uma empresa para efetuar a instalação ou construção da piscina. Simples, porém atitude de alto risco em relação à segurança e estabilidade da construção.

A instalação de uma piscina é uma obra e, para tanto, se faz necessária a elaboração de estudo prévio, avaliando e orientando as condições técnicas a serem atendidas. Muitas vezes, se faz necessária a execução de projetos complementares. Para instalação de piscina em lajes existentes, deve ser efetuada uma avaliação da capacidade de suporte de carga da laje e, provavelmente, elaborar projeto e executar um reforço estrutural, sem o que haverá risco de colapso da estrutura. Uma piscina com um metro de lâmina de água (profundidade) provoca uma carga de 1.000kg por metro quadrado (só devido a água), o que ultrapassa em várias vezes as cargas previstas em edificações residenciais. Além dos cuidados referentes à estrutura, deve-se atentar que as piscinas devem ter um circuito elétrico exclusivo, bem como ponto de escoamento de esgoto para limpeza e retro lavagem e ponto de água.

As piscinas podem ser de concreto, de fibra de vidro e de vinil. Todas são eficientes, sendo que cada tipo tem um tempo limitado de vida.

As piscinas de concreto são as mais duráveis, desde que bem executadas. Sempre é necessário o projeto estrutural, o concreto deve ser bem dosado e aplicado de maneira que mantenha a máxima estanqueidade, a armadura bem dimensionada para que não hajam fissuras, a passagem de tubulações bem posicionada antes da concretagem, o sistema de impermeabilização é de suma importância, bem como a aplicação dos revestimentos. Se não houver pessoal plenamente capacitado para construir a piscina de concreto, é bem melhor optar por outro sistema, pois vazamentos em piscinas de concreto são problemas de difícil solução, além do alto custo.

Mesmo as piscinas “prontas” (fibra e vinil) vendidas no mercado devem ser instaladas mediante a responsabilidade técnica de um engenheiro face à carga elevada que uma piscina representa, mesmo em contato com o solo.

As piscinas podem ser enterradas, semienterradas ou elevadas, estas últimas, normalmente, complementadas por deck’s de madeira.


O equipamento básico das piscinas são as bombas e os filtros, já os sistemas de tratamento de água são vários, sendo mais usado o tratamento por lançamento de cloro na água e controle do ph. Existem sistemas mais complexos como ionizadores, ozonizadores, ultravioleta, salinizadores e outros, os quais tem alto custo inicial, porém baixo custo de manutenção e tem ótimos resultados.


Já para o aquecimento, podem ser usados energia solar, eletricidade, caldeiras e outros.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Adegas Residenciais


Para quem gosta de um bom vinho, ter uma adega para guardar e preservar o estoque é muito importante, entretanto é necessário saber algumas variáveis que influem na conservação e qualidade do vinho.

O primeiro ponto é a temperatura do ambiente que deve estar na faixa ideal. Cada tipo de vinho deve ser conservado em uma faixa de temperatura, sendo que a maioria das recomendações encontradas fornece:
  • Vinho Espumante 4ºC a 10ºC
  • Vinho Branco 6ºC a 12ºC
  • Vinho Tinto Leve 12ºC a 15ºC
  • Vinho Tinto Encorpado 16ºC a 18ºC

A umidade ambiente também influi na conservação e armazenagem do vinho, onde é recomendada umidade moderada entre 50% a 70%.

Na construção de uma adega residencial, deve-se levar em consideração o arejamento do recinto (que deve ser moderado) e a luminosidade mínima para não afetar a qualidade do vinho.

O mobiliário para armazenamento das garrafas também é importante, de modo que os envases devem ficar dispostos deitados ou com a rolha para baixo. O local de armazenamento não deve sofrer vibrações.

O tempo de permanência também é de suma importância, os vinhos, de acordo com o tipo, podem ficar armazenados desde dois anos até cinquenta ou mais anos.

Para os apreciadores e colecionadores de vinho, todas as variáveis acima devem ser atendidas, havendo áreas com a refrigeração variada.

Para o apreciador que mantém um pequeno estoque para seu uso pessoal, onde o tempo de armazenagem é limitado, independente do tipo de vinho, algumas variáveis podem ser deficientes sem alterar a qualidade do vinho.

Antes de definir o tipo de adega, a pessoa deve definir o objetivo que se propõe a adega, tipos de vinho a armazenar, tempo de armazenagem, quantidade de garrafas a estocar e espaço a implantar. A escolha errada, que não atenda aos objetivos propostos, irá ocupar espaço e gerará gastos desnecessários.

São muitas as opções para uma adega. A adega pode ser incorporada à arquitetura do ambiente, ser semienterrada, incorporadas ao bar, ser do tipo industrializada que é vendida no mercado. Sendo esta última a mais recomendada para os apreciadores de um vinho específico.

Os comentários acima sobre adega são sob o ângulo técnico de um engenheiro, sem pretensão de opinar sobre vinhos.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Construções Ecológicas



Os recursos do planeta começam a escassear, o clima está sofrendo mudanças. Ações a favor da sustentabilidade e ecologia são necessárias para preservação do planeta. Dentre as mais diversas formas de preservação está se destacando a construção ecológica, seja pelos materiais aplicados, seja pelos sistemas construtivos e seja pelo desempenho dos sistemas construtivos.

A construção ecológica começa nos projetos, onde devem ser minimizados o desmatamento, o movimento de terra, a impermeabilização do solo; devem ser preservados os fundos de vales e nascentes; devem ser priorizadas a iluminação natural, a ventilação e insolação; devem ser especificados os materiais com foco ambiental e devem ser planejados os serviços de forma racional, onde os desperdícios normais em obras e sobras sejam minimizados, programando-se aproveitar as perdas ou quebras como materiais alternativos. 

São os projetos complementares quem dão grande contribuição à preservação ambiental, com projetos de aproveitamento da água de chuva, de tratamentos de água e esgoto, aproveitamento da energia solar para aquecimento de água e geração de energia, aproveitamento dos ventos para exaustão eólica e geração de energia.

Alguns fabricantes e fornecedores, com a preocupação de diminuir a agressão ao meio ambiente, trabalham com materiais provenientes de reaproveitamento, reciclagem e reflorestamento com excelente desempenho, como:
  • Argamassas ecológicas;
  • Uso de madeira de reflorestamento;
  • Telhas ecológicas ou de materiais reciclados;
  • Tijolos ecológicos;
  • Blocos cerâmicos e blocos de concreto reciclado;
  • Agregados para concreto proveniente da reciclagem;
  • Colas de base d’água;
  • Pisos ecológicos;
  • Resinas ecológicas e à base de água;
  • Tintas atóxicas.

Atendidos os quesitos acima, podendo ser acrescentados outros não citados, têm-se uma construção ecológica. A educação e predisposição ecológica dos usuários é o fator preponderante para avaliar-se o atendimento da premissa de construção ecológica, pois não adianta a construção ser ambientalmente correta e os usuários não possuírem educação ambiental e praticarem desperdícios de água, energia e provocarem algum tipo de poluição.

Construções existentes podem ir sendo adaptadas para se tornarem ecologicamente corretas, mediante aproveitamento de energia solar, aproveitamento da água de chuva, tratamento de água e esgoto, controle do consumo e desperdício, uso de materiais ecológicos em reformas e manutenções.

Vamos cuidar do nosso planeta!

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Problemas de impermeabilização



A impermeabilização busca impedir a passagem de um fluido através de um material permeável. Na construção civil, o fluido é a água e os materiais permeáveis são o concreto, as alvenarias, os revestimentos, as fachadas e os pisos.

Além da precipitação e ação da gravidade, a água também afeta as construções pela percolação (lençol freático) e pela capilaridade (elevação da umidade na base das paredes em até 30 cm).

São impermeabilizadas vigas, pilares, lajes, pisos, paredes, revestimentos e coberturas.

Para proteção da precipitação (chuvas), existem diversos sistemas de impermeabilização, sendo a cobertura o principal. O sistema de cobertura é composto de vários materiais com a função de impermeabilizar, como telhas, calhas, rufos, contra rufos e condutores.

Já pela percolação da água no solo em pisos executados sobre terrenos naturais, há a necessidade de se executar, durante a construção, um sistema de drenagem e impermeabilização de pisos para evitar a umidade e infiltrações, principalmente em épocas de chuva.

A ascensão da água pela capilaridade atinge base de paredes em contato com a fundação e vergas das janelas. A falta de impermeabilização das vigas de baldrame e de execução drenagem subsuperficial que provocam a umidade devido a capilaridade em paredes.

A ação da água nas construções é a maior causa de patologias e fator de risco quanto à estabilidade e segurança dos edifícios.

Cada problema deve ser avaliado devidamente antes de qualquer intervenção, pois, além do dispêndio financeiro, os problemas podem ser escondidos e agravados.

Seguem alguns comentários:

  • A maneira efetiva de resolver o problema da capilaridade na base de paredes seria a remoção dos pisos, execução de drenagem subsuperficial, impermeabilização dos baldrames e refazer os elementos demolidos. Solução cara e difícil. Existem produtos cristalizantes de vários fabricantes que minimizam em muito o problema desde que aplicados corretamente.
  • Já o efeito da capilaridade em janelas muitas vezes é resolvido com o refazimento da impermeabilização entre esquadrias e revestimento, que é normalmente efetuada com silicone.
  • A falta de drenagem subsuperficial em construções executadas sobre terreno natural (locais de corte), principalmente em épocas de chuva, ocasião em que o lençol freático sobe e tende a aflorar sob os pisos, o que provoca uma subpressão altamente nociva, com movimentações no piso, fissuras e infiltrações. A solução definitiva seria a remoção dos pisos e execução de drenagem subsuperficial eficiente. Solução altamente onerosa e que causa transtornos. Alguns casos podem ser resolvidos quase totalmente com menores custos e transtornos, dependendo de avaliação detalhada do problema.
  • Todos os prédios com subsolo possuem, sob os pisos, um sistema de drenagem, onde as águas são conduzidas a uma caixa dotada de bombas submersas com boias de máximo e mínimo. Estes sistemas de drenagem funcionam e tem grande durabilidade. Prédios antigos podem, de repente, apresentar o problema do aparecimento de água nos pisos de subsolo, como primeira providência deve ser verificada a existência da caixa de bombeamento e verificar as boias, bombas e sistema elétrico. Neste caso um encanador ou eletricista resolvem o problema.
  • O rejunte em revestimentos cerâmicos, além do efeito estético e de acabamento, é para impermeabilizar. Infiltrações podem ser decorrentes de falhas no rejunte. Os retoques ou refazimento do rejunte podem ser efetuados por pedreiro.
  • Todo tipo de dreno tem uma vida útil, ou seja, a contínua passagem de água vai carreando materiais finos que vão se acumulando e obstruindo o caminho, até o ponto que a obstrução começa a impermeabilizar o dreno. Aparecimento de infiltrações mais frequente em muros de arrimo. A solução deve ser avaliada por profissional habilitado.
Trate bem a água, senão ela maltrata a construção!

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Acessibilidade em Edifícios


Toda deficiência construtiva referente à acessibilidade deve ser avaliada e dentro do possível sanada. Alguns problemas são de fácil solução, outros já são mais complicados e onerosos.

Existem normas para dotar as edificações de forma a atender as pessoas com deficiências, entretanto, além das edificações mais antigas não atenderem às normas, existe descumprimento das mesmas em algumas edificações modernas.

Geralmente, nas edificações com deficiências na acessibilidade, não são tomadas providências devido ao alto custo para dotá-las das condições estabelecidas em normas. Para desníveis, no caso de acesso de cadeirantes, as normas determinam declividade e extensões máximas para rampas, largura mínima e outros elementos que nem sempre são possíveis implantar na edificação existente em face de falta de espaço ou de condições técnicas ou devido ao custo de implantação das reformas necessárias. As rampas podem ser substituídas por elevador que pode viabilizar tecnicamente, entretanto nem sempre viabiliza economicamente.

Apesar das normas não darem abertura para soluções parciais, em que se diminui parte das barreiras existentes, este tipo de intervenção pode melhorar em muito a acessibilidade em locais deficientes. Podemos citar algumas soluções que podem ser adotadas:

Instalações sanitárias:

Um banheiro comum, geralmente, dificulta ou inviabiliza o seu uso por portadores de deficiência. Algumas adaptações, mesmo que não atendam integralmente às normas, podem deixar em condições de uso.
  • Abertura de portas para fora
  • Execução de sóculo na base do vaso sanitário para ficar na altura ideal
  • Colocação de barras de apoio de vaso, lavatório e porta
  • Colocação de lavatório sem coluna
  • Posicionamento do espelho
  • Colocação de torneiras condizentes
  • Posicionar na altura correta sabão, porta papel, porta toalhas e interruptores e tomadas

Executadas as modificações acima, mesmo que não haja atendimento a todos os parâmetros preconizados em normas (como área de giro, largura de portas e outros), estas instalações passam a ser viável para uso de portadores de deficiências.

Escadas

Cada degrau de uma escada é um obstáculo para alguns tipos de deficiência física, portanto, se não há condições técnicas de execução de eliminação total dos degraus, pode ser diminuído consideravelmente o número ou o tipo de obstáculos.
  • Em alguns casos, um pequeno aumento da declividade das rampas dentro dos parâmetros da razoabilidade, não fica ideal, mas fica funcional.
  • Colocação de elevador ou plataforma é uma solução viável, mesmo conjugado com rampas.
  • Rampas parciais, ou seja, execução de rampa com eliminação parcial da escada, pois, se em uma escada de quinze degraus a rampa parcial eliminar dez, há uma grande diminuição no número de obstáculos.

Cada caso deve ser avaliado dentro das condições físicas e arquitetônicas existentes. Um laudo técnico é de suma importância para avaliar técnica e economicamente a solução a ser adotada, além de detalhar os procedimentos, bem como justificar onde e a razão do não atendimento parcial das normas.

Condomínios – O regimento interno e as reformas


O regimento interno faz parte integrante da convenção de condomínios e tem por objetivo definir o conjunto de normas para regulamentar a conduta de condôminos, usuários, funcionários, visitantes e prestadores de serviços contratados pelo condomínio e condôminos. Deve também estabelecer condições de uso das áreas comuns, equipamentos e outros.

O regimento interno disciplina a administração do condomínio, tanto no auxílio ao síndico como referente ao comportamento e conduta dos usuários.

A importância de disciplinar os procedimentos a serem adotados na execução de obras e serviços, por meio de normas incluídas no regimento interno, é fundamental ao desempenho de síndicos e administradores, garantindo, desta forma, os meios para fiscalizar e fazer cumprir todos os quesitos necessários para manutenção da segurança e estabilidade da edificação.

As normas e procedimentos referentes às obras são características e específicas para cada edificação, pois dependem do porte e da infraestrutura existente.

Para condomínios com mais de um bloco e/ou grande quantidade de unidades habitacionais é recomendável a criação de uma comissão de obras a ser eleita em assembleia, definindo atribuições e procedimentos a serem adotados por cada membros. A comissão de obras serve de apoio à tomada das decisões do síndico.

Todas as premissas da norma de reforma NBR 12.680 da ABNT, devem ser contempladas no regimento interno, como:
  • Disciplinar o horário de trabalho, entrada de material e pessoal na obra, etc.
  • Exigir proposta prévia de trabalho de terceiros e efetuar análise técnica (se necessário) para todo tipo de obra e devolver ao solicitante resposta se aprovado, reprovado ou aprovado com ressalvas.
  • Autorizar a entrada de material e mão de obra somente depois de aprovada a execução dos serviços.
  • Prever a comunicação a todos os condôminos da execução dos serviços, tanto no início quanto no término.
  • Disciplinar os procedimentos de acompanhamento a serem adotados, cumprir todos os quesitos de segurança e tomar as devidas providências prévias para que não aconteça nenhum risco iminente para a edificação e usuários.
  • Determinar que terminada a obra, recebê-la de acordo com a legislação, assinar um termo de encerramento da obra e, mais importante, cancelar todas as autorizações tanto de entrada de materiais como de mão de obra.
  • Regulamentar que toda a documentação da obra deverá ser arquivada e integrar o manual do uso, operação e manutenção da obra, para que, quando necessário, tenha-se elementos que ajude nas informações dos trabalhos que já foram realizados (neste caso, a importância se deve às alterações que possam ocorrer em instalações elétricas, hidráulicas, gás etc). Este registro deve ter, no mínimo, a data da reforma da obra, prazo de garantia do trabalho e o plano de reforma elaborado por um responsável técnico habilitado, que se responsabilizará pela execução dos trabalhos.
  • Regulamentar de consulta quanto à necessidade de laudo de reforma conforme preconiza a NBR 12.680 da ABNT.
  • Estipular as penas cabíveis ao não atendimento do regimento no tocante a obras e serviços.
Um regimento interno bem elaborado é uma ferramenta de apoio ao desenvolvimento dos trabalhos do síndico.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Inspeção predial - A segurança de um condomínio

Necessidade de inspeção predial


O laudo de inspeção predial já é obrigatório em diversas cidades no Brasil. A regulamentação da obrigatoriedade atualmente é municipal, entretanto a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados já aprovou o projeto de lei 3370/12, que obriga todos os edifícios a passar por inspeção predial a cada cinco anos. Pelo projeto de lei, para prédios com mais de 20 anos, o intervalo entre as inspeções cai para cada três anos. Falta o PL 3370/12 ser aprovado pelo Senado.

Independente da existência de leis e normas reguladoras, os síndicos e condôminos devem estar cientes que uma breve análise e observação dos problemas e documentos são elementos suficientes para a definição da necessidade da inspeção predial para assegurar a segurança dos usuários e da edificação, bem como para ficar respaldado legalmente quanto as responsabilidades inerentes ao cargo de síndico.

Um breve roteiro pode ser elaborado para definir a necessidade do laudo de inspeção predial, podendo ser decidido em função de:

1. Idade da edificação

  • Entre 0 a 5 anos – só há necessidade se houveram deficiências de projeto ou executivas. O laudo de inspeção predial poderá servir como produção antecipada de provas em eventual ação judicial. Normalmente há acordo e solução dos problemas relacionados em laudo.
  • Entre 5 e 10 anos – alguns elementos construtivos começam a perder a funcionalidade, sendo interessante uma avaliação geral dos elementos construtivos com as recomendações necessárias aos futuros planos de manutenção.
  • Acima de 10 anos – os sistemas construtivos e sistema de manutenção adotado devem ser avaliados em vista da preservação da integridade dos sistemas, com recuperação e aumento da vida útil dos elementos construtivos, mediante plano de ações preventivas e corretivas.
2. Condições de manutenção

A reincidência de serviços deve servir como alerta de doença na edificação, bem como quando as manutenções preventivas começam a serem predominantemente corretivas ou pequenas obras. É o momento de um profissional habilitado avaliar as condições da edificação e elaborar um plano de manutenção, elencando-se as atividades prioritárias.
3. A estrutura apresentar fissuras, trincas, rachaduras e armaduras aparentes
Pode denotar sinais de colapso estrutural. Os procedimentos a serem adotados devem ser definidos através de parecer técnico por profissional habilitado. Nunca esconder o problema nem contratar pessoas desqualificadas para este tipo de serviço.
4. Infiltrações na estrutura de concreto armado com manchas acompanhadas ou não de fissuras em estruturas de concreto armado
O concreto pode estar comprometido e as fissuras caracterizam oxidação das armaduras. Os procedimentos a serem adotados devem ser definidos através de parecer técnico por profissional habilitado. Nunca esconder o problema nem contratar pessoas desqualificadas para este tipo de serviço.
5. Queima excessiva de lâmpadas e equipamentos, queda de disjuntores e aquecimento de interruptores e tomadas.
Sinal de comprometimento da rede elétrica a qual deve ser avaliada por profissional habilitado, indicando procedimentos e interferências a serem efetuadas.
6. Vazamentos em prumadas
Problema incidente em larga escala em edificações com mais de 30 anos, onde toda a tubulação hidráulica é em ferro galvanizado. Essas edificações possuem uma prumada para cada dependência hidráulica. As prumadas tem de ser substituídas e deve ser elaborado laudo de reforma, em vista da necessidade de passagem da nova tubulação pela estrutura de concreto armado.
7. Recalques de pisos
Há recalque em piso devido a erosões ou devido à movimentação da estrutura. Ambos os casos devem ser avaliados por profissional habilitado.
8. Desplacamento de revestimentos
Este é um problema grave, visto o risco de acidentes, devendo ser avaliada a extensão do problema por profissional habilitado.
Consulte-nos para esclarecimentos e solicitação de orçamentos. Será um prazer atendê-lo!

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O síndico e as reformas


As reformas em unidades autônomas e em áreas comuns devem ter atenção especial aos possíveis transtornos que podem causar, sendo obrigação tanto do contratante quanto do síndico ou da comissão de obras a verificação do atendimento de alguns requisitos básicos que, se não atendidos, podem por em risco os usuários e os sistemas construtivos.

Abaixo são relacionados alguns itens que devem ser verificados constantemente:
  • Rotas de fuga – sempre verificar se não há impeditivos ocasionados pela obra nas saídas de emergência, escadas, corredores, portas, extintores, hidrantes e outros.
  • Depósito de materiais – verificar se não há sobrecarga em lajes e vigas. Os materiais como cimento, areia, pedra britada, revestimentos cerâmicos, caliças e outros com alta densidade não devem ser depositados sobre vigas e lajes. Sobrecarga pode provocar danos à estrutura, colocando em risco a estabilidade da construção.
  • Transporte de materiais – o transporte vertical dos materiais deve ser planejado de maneira que não coloque em risco os usuários e nem os sistemas construtivos. Em edifícios com elevador, deve ser observada a capacidade de carga ao transportar os materiais pesados, tais como: cimento, argamassa, areia, tijolos, revestimentos e caliça. O ideal é limitar previamente as quantidades passíveis de se transportar em cada viagem.
  • Certificado de curso de trabalho em altura é obrigatório para todos serviços em fachadas, para serviços em coberturas, pinturas de fachada entre outros, conforme determinado pelo Ministério do Trabalho e emprego.
  • Certificado de curso de segurança em instalações e serviços em eletricidade para os serviços de reparos na rede elétrica, conforme determinado pelo Ministério do Trabalho e emprego.
  • O uso de equipamentos de proteção individual (EPI’s) é obrigatório. Capacetes, cintos de segurança, óculos e outros devem ser exigidos ao longo dos serviços.
  • Uso de equipamentos como rompedores, perfuratrizes e outros só podem ser permitidos perante programação previa por profissional habilitado.
  • Serviços em fachada devem ter plano de trabalho previamente definido, detalhando meios de transporte vertical, sistemas de proteção dos trabalhadores e usuários.
  • A identificação previa dos trabalhadores que irão desenvolver serviços durante a obra é obrigatória.
  • Serviços em áreas comuns devem atender todos os quesitos anteriores.
  • Obras que podem oferecer riscos aos usuários devem ser sinalizadas.
  • Nunca permitir a remoção, mesmo que parcial, de paredes sem laudo prévio que confirme a viabilidade.
  • Nunca permitir a remoção de elementos de concreto armado, o transpasse de tubulações em estruturas de concreto armado sem laudo prévio que confirme a viabilidade e orientando os procedimentos a serem adotados e equipamentos a serem usados.


Além dos quesitos acima, é responsabilidade do síndico e do contratante discernir sobre a necessidade do laudo de reforma. O laudo deve detalhar todos os procedimentos acima, definindo em conjunto com os interessados os pontos de estocagem e descarte de materiais, sistemas de transporte horizontal e vertical dos materiais, equipamentos a serem usados, modelos de identificação dos trabalhadores, interferências aos sistemas construtivos e outros pontos de interesse.

Se houverem dúvidas ou evidências de algum tipo de risco, tanto quanto à segurança de trabalhadores como dos sistemas construtivos da edificação, deverão ser paralisados os serviços e contratado parecer técnico de profissional habilitado.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Patologias na cobertura


Existe uma grande variedade de coberturas, sejam lajes impermeabilizadas, sejam telhados. A estrutura dos telhados pode ser em madeira ou metálicas. Diante da diversidade de telhas também a conformação do telhado e caimento variam, porém todos os tipos podem apresentar patologias e provocar grandes danos nas edificações. O maior dano é causado pelas infiltrações que podem comprometer vários sistemas construtivos.

A escolha do produto a ser aplicado em uma impermeabilização, definir a necessidade de proteção mecânica ou não e saber aplicar o produto de acordo com as normas e recomendações do fabricante requer conhecimento. Grande parte das patologias deve-se a erros na escolha do produto somados a ineficiência na aplicação. Problemas de impermeabilização devem ser avaliados por engenheiro civil, bem como deve haver acompanhamento de responsável técnico durante os serviços.

A madeira para confeccionar a estrutura da cobertura deve estar seca e ser apropriada para suportar as cargas que irão atuar. A madeira úmida empena, provocando deformações e soltura dos elementos de fixação com consequentes patologias. Algumas madeiras só são eficientes mediante tratamento prévio, tais como o eucalipto e o pinus. Infiltrações devem ser evitadas, pois são a maior causa de comprometimento de estruturas de cobertura.

Estruturas metálicas devem ser bem dimensionadas e executadas, sendo a pintura sem fundo anticorrosivo um dos maiores fatores para o aparecimento de patologias. As infiltrações também agridem as estruturas metálicas.

Cada tipo de telha deve ter caimento apropriado, que é regulamentado por normas e determinado pelos fabricantes. Declividades inferiores às recomendadas podem provocar infiltrações indesejáveis. Algumas telhas que são de encaixe (tipo francesa, capa e canal, portuguesa), com grandes declividades, devem ser engastadas à estrutura para não escorregarem.

Intervenções errôneas durante a manutenção preventiva é o principal fator de patologias na cobertura, podemos citar:

  • Reposição de telhas de barro por outras com tamanhos diferentes das existentes podem causar infiltrações.
  • Telhas de fibrocimento com tamanhos diferentes das originais ou colocação com transpasse menor que o recomendado, provoca infiltrações.
  • Desalinhamento nas telhas podem provocar infiltrações.
  • Fixação das telhas deve ser de acordo com especificações.
  • A falta de remoção e limpeza de resíduos decorrentes da manutenção provocam entupimentos em calhas e condutores com consequentes infiltrações.
  • Limpeza de calhas e condutores deve ser periódica para evitar obstruções e entupimentos.
São consequências de infiltrações em coberturas:
  • Comprometimento de estrutura de madeira, inclusive estabilidade.
  • Comprometimento de estruturas metálicas.
  • Desagregação de argamassas e concretos.
  • Comprometimento das pinturas internas.
  • Aparecimento de fissuras em estruturas pela oxidação das armaduras.
  • Aparecimento de fungos, bolor e mofo nas lajes e paredes.

Os trabalhadores que fazem serviços em coberturas devem ser portadores de certificado de curso de trabalhos em altura conforme Norma NR 35 – Trabalho em altura do Ministério do Trabalho e Emprego.

Serviços em estruturas de cobertura sempre devem ter um laudo de reforma prévio, feito por profissional habilitado, com as diretrizes dos trabalhos a serem realizados e materiais utilizados.
Sempre procure um profissional capacitado para acompanhar os serviços. 

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Patologias em alvenarias


A alvenaria pode ter função estrutural ou ser somente elemento de vedação.

A alvenaria estrutural é aquela que é executada para suportar e distribuir os esforços incidentes em uma construção, já a alvenaria de vedação é um elemento de fechamento de vãos (paredes) da estrutura de concreto armado.

A alvenaria estrutural tem paredes que, em hipótese alguma, não podem sofrer intervenções, tais como abertura de vãos, pois podem colocar em risco a estabilidade da construção.

Fissuras nos cantos de janelas e portas aparecem em grande parte das edificações. Estas fissuras ocorrem pela deficiência ou falta de vergas e contravergas nos vãos. É um problema que na maioria das vezes é mais de efeito estético que estrutural, entretanto, onde as fissuras são muito acentuadas, é recomendável a avaliação por profissional habilitado. Estas fissuras, em paredes externas, podem ocasionar infiltrações, porém é altamente recomendável a solução do problema para que não haja comprometimentos maiores.

A alvenaria de vedação deve ser assentada deixando-se um vão entre a geratriz inferior da viga e alvenaria (em torno de 2 a 3 cm) que deverá ser preenchido com argamassa expansiva após a cura da argamassa de assentamento (28 dias). O fechamento deste vão com argamassa comum provoca fissuras na linha entre a estrutura e alvenaria. Fissuras sempre devem ser avaliadas antes de se recuperar, pois não deve ser escondido um problema.

Alvenarias levantadas fora do prumo podem provocar revestimentos muito espessos em um extremo e no outro muito delgado. Em ambos os casos pode provocar fissuras inconvenientes.

É comum o apoio de andaimes em alvenarias durante a execução de obras, o que provoca fissuras. Estas fissuras são transmitidas ao revestimento e aparecem após a conclusão da obra.

Tanto o tijolo cerâmico quanto o bloco de concreto que são usados para vedação tem resistência à compressão predeterminada, o que limita a altura da alvenaria de maneira que a carga não provoque esmagamento nas fiadas de baixo.

A qualidade do tijolo é muito importante, pois tijolos de má qualidade sofrem esmagamento até com pequenas alturas de alvenaria. Com o esmagamento dos tijolos, aparecem fissuras na base da alvenaria, próximo ao piso, fissuras verticais e fissuras entre a viga superior e alvenaria.

As fissuras de alvenaria, em muitos casos, se assemelham com as fissuras decorrentes de recalques de fundação e às de problemas estruturais, portanto, as fissuras devem ser reparadas sempre após avaliação das causas. Não de deve esconder o problema. É sempre necessário consultar um profissional habilitado para avaliação e solução das patologias.

Patologias de revestimentos


Grande parte das patologias dos revestimentos é decorrente de falhas durante a execução, ou seja, por deficiência na mão de obra de aplicação dos materiais, pela aplicação de materiais inapropriados.

As patologias em revestimentos podem ser responsáveis pelo desenvolvimento de outras patologias, tais como, infiltrações (provocando desagregação de argamassas), soltura e bolhas em pinturas, criação de mofo e bolor, entre outras.

Uma das mais graves dentre as patologias do revestimento refere-se ao desplacamento da argamassa de revestimento. O desplacamento da argamassa de revestimento pode ocorrer por diversas causas, entretanto, constata-se que as duas principais causas são ocasionadas ou pela ausência total do chapisco ou pela confecção de chapisco com argamassa mista de cimento, cal e areia, quando deveria ser somente de cimento e areia. Este tipo de patologia só pode ser sanado com a remoção integral do revestimento e seu refazimento de maneira correta. É oneroso e causa muitos transtornos.

O chapisco deve ter uma liga forte para aderir à alvenaria e serve para aumentar a superfície de contato entre a alvenaria e estrutura com o revestimento (o emboço). Pilares, vigas e lajes que serão revestidas devem receber chapisco.

Outro problema incidente em grande número de construções refere-se aos revestimentos cerâmicos e com pedras naturais. Existem diversos tipos de argamassas para fixação de elementos cerâmicos e pedras naturais. Existem argamassas internas, para áreas úmidas, externas e para porcelanato e pedras naturais. A aplicação com a argamassa errada pode causar desplacamento futuros.

O cimento, o rejunte e argamassas colantes são elementos que reagem com a água para endurecer (pega hidráulica), portanto, tem prazos de validade, visto reagirem com a umidade do ar com consequente perda da resistência final ao longo do tempo. A aplicação destes materiais vencidos pode acarretar em futuros desplacamentos.

Falhas no rejunte é um dos principais fatores de infiltrações em paredes de áreas úmidas. O rejunte, além do efeito estético, tem a função de impermeabilizar o revestimento cerâmico.

O espaçamento entre as peças de revestimento (juntas) são de fundamental importância. Todas as caixas de elementos cerâmicos informam a espessura da junta recomendada. Assentar o revestimento com juntas menores que as recomendadas pode provocar o “estofamento” e desplacamento do revestimento, devido à pressão causada pela dilatação térmica, que normalmente é aliviada pela junta. Mesmo atendendo o espaçamento recomendado pelo fabricante, em paredes com grandes dimensões, devem ser previstas juntas de dilatação no revestimento, sem o que pode provocar os mesmos efeitos anteriores.

Podem ser citados outros problemas como a dosagem da argamassa do emboço, a espessura das camadas (chapisco e emboço), a granulometria da areia, a existência de impurezas na areia e outros fatores que causam patologias.

A manutenção preventiva periódica evita um grande número de problemas (que se transformam em patologias), tais como: revisão dos rejuntes, verificação da vedação entre ralos e revestimento cerâmico, verificação e eliminação de pontos de infiltrações.

Mantenha a manutenção em dia!

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Patologias na Estrutura


A estrutura também pode apresentar patologias graves devido a problemas nos projetos e na execução.

Podem haver erros no projeto estrutural, tais como subdimensionamento de armaduras, haver falhas no lançamento da estrutura e concepção, erros de dimensionamento das cargas permanentes e acidentais e falta de conciliação entre projetos. Também podem também haver falhas executivas. Estes problemas sempre provocam patologias nas edificações, podendo colocar em risco a estabilidade e segurança.

Algumas patologias da estrutura já se manifestam durante a execução, outras aparecem ao longo do tempo.

Citaremos abaixo algumas patologias comumente constatadas:
  • A espessura da camada de concreto para recobrimento das armaduras é determinada por normas, para tanto, existem espaçadores no mercado para garantir o posicionamento das armaduras. Onde o recobrimento é insuficiente, podem aparecer fissuras no concreto com consequente oxidação nas armaduras, comprometendo a seção das armaduras, patologia esta que pode colocar em risco a estabilidade da construção ao longo do tempo.
  • A falta de estanqueidade nas formas provoca o vazamento da água de amassamento do concreto, com alteração na resistência estimada para compressão.
  • A retirada de escoramentos de maneira inapropriada pode provocar fissuras na estrutura de concreto armado.
  • Construções com uma das dimensões superior a vinte e cinco metros devem contemplar no projeto estrutural junta de dilatação na estrutura, a sua falta ocasiona fissuras com péssimos efeitos estéticos.

E assim poderiam ser citados outros problemas que causam patologias, porém o mais importante é que a estrutura sempre apresenta os sintomas característicos de patologia.

A única maneira de minimizar o risco de problemas de futuras patologias ao conceber uma obra, independentemente do tamanho, é se cercar de profissionais habilitados e com experiência diretamente proporcional ao porte da obra.

Podem ser sinais de patologia da estrutura de concreto armado:

  • Fissuras em vigas, pilares e lajes.
  • Alguns tipos de fissuras em paredes.
  • Armadura aparente.
  • Infiltrações (comprometem o concreto e as armaduras).
  • Empenamento de esquadrias, principalmente nas áreas onde aparecem fissuras.
  • Recalques em pisos.

Patologias em estruturas de concreto armado devem ser avaliadas por engenheiros com experiência em obras e, muitas vezes, requerem projetos específicos de reforço estrutural. Nunca devem ser executados paliativos que escondam o problema sem avaliação profissional.

Patologias decorrentes da fundação


Erros na execução das fundações provocam sérias patologias nas edificações. Os erros são decorrentes de falhas de projeto e decorrentes de falhas executivas. Entenda-se que fazem parte das fundações as estacas, os blocos, as sapatas e as vigas de baldrame.

Abaixo seguem algumas falhas nas fundações que provocam patologias graves:
  • Em pequenas obras, o erro mais comum é em referência à escolha do tipo de fundação. Em solos moles (turfa), não há atrito entre terreno e estacas, porém estaca só funciona por resistência de ponta, desde que dimensionada para este tipo de esforço e que atinja a camada resistente de solo. Em solo mole, se a opção de fundação for estacas, deve-se optar pelas estacas pré-moldadas. Erros na escolha das estacas provocam recalques e riscos à estabilidade e segurança da edificação.
  • Estacas escavadas do tipo trado devem ter um comprimento mínimo de 3,00 metros em terreno natural para que seja garantida a capacidade de carga prevista, sem o quê, pode haver recalques comprometendo a edificação.
  • Em terrenos que sofreram aterros, as estacas devem receber armadura, transpassando todo o trecho de aterro, e ter um comprimento mínimo de armadura no trecho em terreno natural. A falta de armadura pode provocar cisalhamento da estaca por movimentação ou acomodação do aterro, com recalques que podem provocar risco a estabilidade da construção.
  • Falhas no posicionamento das estacas também são problemas correntes, provocando esforços não previstos com consequentes recalques e fissuras.
  • São as fundações que determinam os níveis dos pisos das obras, bem como dão forma ao esqueleto do projeto arquitetônico, erros na determinação das cotas de arrasamento das estacas e nível de baldrames podem provocar variações não previstas na condução das águas subterrâneas e superficiais, modificação nas declividades de rampas e acessos, além de outros problemas que podem se tornar futuras patologias.
  • Os blocos, sapatas e baldrames são moldados in loco, sofrendo falhas durante a concepção tais como: falta de recobrimento suficiente nas armaduras, falha na moldagem das formas, falha na dosagem do concreto e outros, sendo que todos provocam patologias futuras.

Obras com projetos elaborados por profissionais habilitados e executadas com o acompanhamento por engenheiro tem pequeno risco de apresentar patologias decorrentes da fundação.

Todos os projetos devem ser conciliados, ou seja, serem verificadas e previstas todas as interferências entre projetos. Exemplificando, toda passagem de tubulação em vigas e pilares devem ser previstas no projeto estrutural.

As patologias decorrentes de erros durante a execução das fundações são sempre problemas graves que requerem conhecimento e experiência do profissional envolvido para avaliar a extensão dos problemas, as causas e a melhor solução. Muitas vezes, se faz necessária a execução de projeto de reforço.


Ao contratar um profissional para elaboração de trabalho técnico qualificado, é sempre importante verificar sua experiência profissional, pois intervenções indevidas podem aumentar a gravidade dos problemas.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Patologias devido à terraplenagem


Algumas obras necessitam a execução de movimento de terra com cortes e aterros para se conformar o terreno antes do início da obra.

Devem ser tomados cuidados específicos durante o movimento de terra para não provocar futuras patologias nas obras. De acordo com o porte da obra e volume de terra a ser movimentado, deverá existir projeto específico (projeto de terraplenagem) e especificação dos serviços.

Os taludes de cortes devem ter declividades específicas para cada tipo de solo, bem como os taludes de aterro.

A drenagem de cristas de corte e de saia de aterro deve ser eficiente para a estabilidade dos taludes, pois o excesso de água satura o terreno, provocando instabilidade.

O aterro deve ser executado em camadas e compactado.
Os taludes devem receber proteção por camada vegetal (grama).

Em áreas que receberam corte, deve ser executada drenagem subsuperficial e/ou profunda, de acordo com as necessidades.

Nem todo solo retirado pode ser usado para aterro.

Pequenos erros provocam grandes problemas e futuras patologias nas construções. Citaremos abaixo alguns problemas:

  • As estacas, geralmente, suportam as cargas pelo atrito lateral entre as paredes da estaca e o solo natural, suas profundidades são diretamente proporcionais às cargas atuantes. Se, na terraplenagem, foi escavado mais do que o projetado e feito reaterro para manutenção das cotas de projeto, parte do comprimento das estacas perderá o efeito resistente do atrito lateral, podendo haver recalques prejudiciais à estabilidade da construção.
  • Aterro que não recebe compactação condizente sofre acomodações, provocando movimentação no solo e recalques.
  • A água é maior agente agressor do movimento de terra. Em excesso provoca a saturação, o que diminui significativamente a capacidade de suporte do solo (os ditos borrachudos), provocando deslizamentos e movimentações indesejáveis. A erosão é outro efeito nocivo da água. Todo movimento de terra deve receber uma infraestrutura de drenagem.
  • O movimento de terra deve conformar os platôs de terraplenagem com execução dos caimentos para a condução das águas superficiais, sem o que poderá haver empoçamentos e erosões.

Falhas na execução do movimento de terra podem provocar patologias sérias em uma edificação, tais como, deslocamentos de estacas, recalques diferenciais, deslocamentos de pisos, subpressão de água nos pisos, deslizamentos de taludes e outros.


O acompanhamento de engenheiro, durante a execução da terraplenagem pode evitar problemas futuros irreparáveis.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Serviços preliminares em uma obra


Entendem-se como serviços preliminares os trabalhos que irão dar condições para que se inicie a obra, nesta etapa inicial devem ser preparados o terreno e o ambiente para o desenvolvimento da obra. Deve-se disponibilizar água, esgoto, energia elétrica, efetuar a limpeza do terreno, o desmatamento, o destocamento, remoção da camada vegetal e efetuar a locação da obra.

A locação da obra é o ponto de partida propriamente dito para todas as construções, transferem-se para o terreno os elementos constantes em projeto. Erros na locação causam graves problemas, patologias e desconforto, às vezes irreparáveis.

O posicionamento da construção no terreno é de suma importância haja vista a necessidade de atender as normas e posturas referentes aos recuos obrigatórios em relação às divisas. Erros de locação podem provocar conflitos com a legislação e inviabilizar a obtenção do certificado de conclusão de obras junto às prefeituras.

Além de a locação posicionar a obra no terreno, ela fornece o esquadro da obra, nivela a obra, posiciona estacas, blocos, sapatas e vigas de baldrame, ou seja, ela posiciona no terreno todos os elementos de importância dos projetos de fundação, estrutural, arquitetônico e outros complementares. Não importa o tamanho da obra. Sempre deve ser executada a locação e qualquer erro refletirá em falhas construtivas ao longo da construção e uso.

Dentre as falhas nos serviços preliminares, destacam-se:
  • Limpeza, desmatamento, destocamento – após o corte da mata deve ser efetuado o destocamento, com retirada das raízes, pois ao longo do tempo vão apodrecendo provocando acomodações e recalques do solo, nos pisos e outras patologias.
  • Remoção da camada vegetal – a camada superior do solo possui materiais orgânicos e resíduos vegetais que comprometem a capacidade de carga do terreno e não permite compactação uniforme, provocando recalques indesejáveis.
  • Obra fora do esquadro – os cantos que deveriam ter um ângulo reto (90º) ficam fora do esquadro, apresentando problemas futuros no assentamento de pisos e colocação dos móveis.
  • Obra fora de nível – pisos desnivelados podem provocar desconforto e caimento inadequado para escoamento das águas.
  • Terraplenagem – cortes e aterros indevidos por falhas na locação podem provocar ineficiência no sistema de fundações concebido. Por exemplo, no caso de fundação direta (sapata) que deve ser executada em terreno natural, por erro na terraplenagem é executada em aterro, o que ocasionará provável recalque de fundação com comprometimento da estabilidade da obra.
  • Estacas – pode ocorrer a falta de locação e execução de uma estaca, haver erros na cota de arrasamento e também de posicionamento da estaca, com risco de comprometer a estabilidade e segurança da obra.
  • Nível do piso – erros no nível do piso de acesso pode provocar a necessidade de rampas com declividades acima do recomendado.

Poder-se-ia elencar mais dezenas de erros iniciais que podem afetar a edificação tanto quanto ao uso quanto a durabilidade e estabilidade, portanto, mesmo as pequenas obras devem receber os cuidados necessários no início para que não haja problemas futuros.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

LAUDO DE INSPEÇÃO PREDIAL


As edificações, mesmo que novas, podem apresentar patologias desde sua concepção, durante a execução e ao longo do uso e do tempo.

A inspeção predial é efetuada para localizar as patologias existentes, apontar problemas que podem se tornar patologias e orientar os proprietários quanto aos procedimentos a serem adotados.

A Inspeção Predial é obrigatória, por força de leis municipais em diversas capitais e cidades do interior no Brasil, feita visualmente e sem quebra-quebra, por engenheiros especializados que apontam o real estado de conservação e segurança do imóvel.

Saber se o imóvel em que vive ou trabalha tem problemas na estrutura, na rede elétrica ou hidráulica, no telhado ou na fundação é questão de segurança e tranquilidade.

A Norma de Inspeção Predial do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo - IBAPE/SP - define como Inspeção Predial:
"A vistoria da edificação para determinar suas condições técnicas, funcionais e de conservação, visando direcionar o plano de manutenção."
Uma das ideias que mais benefícios tem trazido à sociedade é a da prevenção. Em qualquer atividade, é muito mais fácil e, principalmente, mais econômico prevenir e antecipar-se a algum acontecimento indesejável, do que tentar contorná-lo ou corrigi-lo após o mesmo ter ocorrido.

Na área construtiva, principalmente nos edifícios, é inegável o benefício advindo da prevenção, pois é muito mais fácil e econômico consertar, por exemplo, uma pequena infiltração inicial do que fazê-lo após ter sido comprometida a estrutura, a armadura, a pintura ou um sistema elétrico. A realização de Inspeções Prediais periódicas é um modo de prevenção contra a deterioração precoce de um elemento construtivo.

A Inspeção Predial deve ser feita por Engenheiro Civil ou Arquiteto. Mas tenha com seu patrimônio o mesmo cuidado que você tem quando escolhe um Médico ou um Advogado. Procure um Engenheiro Civil ou Arquiteto com amplos conhecimentos técnicos e experiência. É recomendável que a Inspeção Predial seja feita por profissionais que tenham visão sistêmica da edificação; que tenham noções de custos dos serviços de manutenção; que tenham experiência em construção e em manutenção de edifícios; e que encarem a Inspeção Predial como forma técnica de resolver problemas das edificações.

Como não existe regulamentação pela ABNT para a periodicidade da inspeção predial, pode ser usado o seguinte critério de Idade (períodos adotados pela maioria das leis municipais vigentes):
  • cada cinco anos para edificações com até 15 anos;
  • cada três anos para edificações acima de 15 anos até 30 anos;
  • cada dois anos para edificações com mais de 30 anos.

A inspeção predial deve verificar visualmente as condições de todos os sistemas construtivos, obter informações junto aos usuários da edificação quanto a problemas constatados, verificar projetos existentes, plano de manutenção aplicado e procedimentos adotados frente aos problemas.

Devem ser avaliadas na inspeção predial as áreas externas, os sistemas de drenagem, os pavimentos e calçadas, as impermeabilizações e outros.

Para apresentação do laudo de inspeção predial deve ser elaborado relatório fotográfico, relação dos problemas encontrados, possíveis causas, recomendações para as devidas correções, avaliação do sistema de manutenção existente, com elaboração de plano de manutenção, apontar os prazos necessários para inspeções necessárias, tais como para raios, sistema de incêndio, elevadores e outros. Na conclusão devem ser elencadas intervenções por ordem prioritária em relação ao risco e impacto financeiro.

Para saber mais sobre o assunto, visite nossa página:

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Consumo de Água


Todas as residências, seja unifamiliar ou em condomínio, devem receber atenção especial com os vazamentos de água.

Para efeito de dimensionamento de caixa d’água, hidrômetros e tubulações são considerados um consumo per capita variável com o padrão da construção. Ou seja, para construções populares 150 litros por pessoa por dia, para construções de médio padrão 250 litros por pessoa por dia e para construções de alto padrão 300 litros por pessoa por dia.

Com estes elementos, pode-se avaliar se o consumo em sua residência está de acordo com os padrões estabelecidos, ou seja:

  • Residência popular – 01 pessoa consome 4.500 litros por mês. Se na residência moram 05 pessoas, o consumo médio mensal deverá ser até 22.500 litros ou 22,5 metros cúbicos.
  • Residência de padrão médio – 01 pessoa consome 7.500 litros por mês. Se na residência moram 05 pessoas, o consumo médio mensal deverá ser de até 37.500 litros ou 37,5 metros cúbicos.
  • Residência de alto padrão – 01 pessoa consome 10.500 litros por mês. Se na residência moram 05 pessoas, o consumo médio mensal deverá ser de até 52.500 litros por mês ou 52,5 metros cúbicos.

Os valores acima devem ser considerados como teto máximo. Se o consumo médio ultrapassa estes valores, pode haver problemas de uso indevido, vazamentos ou até defeito no hidrômetro.

Procedimentos para verificação do alto consumo d’água:

  1. Verificar se não está havendo desperdício ou usos indevidos, tais como lavagem de carros constantes, lavagem diária de calçamentos e outros que possam influenciar no consumo;
  2. Verificar se há vazamentos na tubulação enterrada (entre hidrômetro e caixa d’água). Em toda caixa d’água ou cisterna existe uma torneira boia, basta travar a torneira boia e verificar se os ponteiros do hidrômetro continuam em movimento. Sem passagem de água, não há possibilidade de que eles continuem se movimentando. Se continuarem em movimento, há vazamentos neste trecho.
  3. Verificar se há vazamentos nos metais e louças sanitárias. Para gotejamento em torneiras a verificação é visual (uma torneira gotejando consome no mínimo 20 litros a mais por dia). Vazamentos em vasos sanitários nem sempre são visíveis, mas podem consumir mais de 150 litros por dia.
  4. Verificar se há vazamentos em tubulações embutidas. Procurar ao longo de paredes, lajes e pisos por manchas de umidade. Uma maneira simples de verificar é travar a torneira boia na caixa d’água por algum tempo e não consumir água, verificando o nível da caixa d’água. Se baixar, há vazamentos.
  5. Feitas todas estas verificações e não sendo constatado nada, solicitar à empresa concessionária de água que faça aferição no hidrômetro, pois o mesmo pode estar com problemas.

Em condomínios que não possuem medição individual, pode ser feita a avaliação de maneira análoga. Considera-se a população do condomínio e multiplica-se pelo consumo per capita de acordo com o padrão do imóvel, conferindo-se com o volume cobrado pela concessionária.

Vazamentos de água, além do alto custo cobrado pelas concessionárias, podem provocar danos e colocar em risco as edificações. Citaremos abaixo algumas possíveis consequências:
  • Erosão – Vazamentos em tubulações enterradas provocam carreamento do solo com consequente erosão, afetando estabilidade de pisos, fundações e outros.
  • Estrutura de concreto – Desagregação do concreto e oxidação de ferragem, além de fissuras.
  • Argamassa – Desagregação da argamassa e comprometimento da pintura.
  • Revestimentos cerâmicos – Desplacamento.
  • Paredes e tetos – manchas de umidade, fungos e bolor.

Existem valores tabelados de consumo per capita para escritórios, hospitais, indústrias, escolas, etc. Desta maneira, pode ser verificado se o valor mensal consumido está dentro dos padrões ou se há vazamentos.


Para maiores informações, nos consulte, teremos prazer em atendê-los.